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terça-feira, 29 de maio de 2012
O Simbolismo do Centro
''O Centro é, eminentemente, a região do sagrado, a região da realidade absoluta. Semelhantemente, todos os outros símbolos da realidade absoluta (árvores da vida e imortalidade, fontes da juventude, etc) estão também situados num Centro. O caminho que leva ao Centro é um 'caminho difícil ' e isto acontece em todos níveis da realidade: convoluções difíceis de um templo (como em Borobdur); peregrinação a locais sagrados (Meca, Hardwar, Jerusalém); perigosas viagens das expedições heróicas em busca do Velo de Ouro, as Maçãs de Ouro, a Planta da Vida; andar às voltas em labirintos; dificuldades do que demanda pelo caminho do eu, até ao centro do seu ser e por aí em diante. O caminho é árduo, cheio de perigos, porque é, de facto, um rito da passagem do profano para o sagrado, do efémero e ilusório para a realidade e eternidade, da morte para a vida, do homem para a divindade. Alcançar o Centro equivale a uma consagração, uma inicição; a existência profana e ilusória de ontem dá lugar a uma nova, a uma vida que é real, duradoura e efectiva. ''
Mircea Eliade, O Mito do eterno retorno
sábado, 26 de maio de 2012
Três histórias Zen
O verdadeiro caminho
O mestre Zen Iquiú visitou Ninacava, pouco antes de ele abandonar esta vida.
- Queres que te conduza?- perguntou Iquiú.
Ninacava replicou:
-Cheguei aqui sozinho e parto sozinho. Que ajuda poderias dar-me?
Iquiú respondeu:
- Se pensas que realmente que chegas e partes, essa é a tua ilusão. Deixa que te mostre o caminho onde não há nem chegar nem partir.
Com estas palavras, Iquiú revelara tão claramente o caminho, que Ninacava sorriu e deixou este mundo.
O suor de Cazane
Cazane foi chamado a oficiar no funeral de um senhor da sua província.
Porque, até aí, nunca privara com senhores e nobres, ficou nervoso. Quando a cerimónia começou, Cazane estava a suar.
Mais tarde, já de regresso, reuniu os seus discípulos. Confessou que ainda não estava preparado para ser professor, dado que lhe faltava uma atitude no mundo dos famosos idêntica à que tinha na reclusão do templo. Depois, Cazane demitiu-se e fez-se pupilo de um outro mestre. Só oito anos mais tarde, já iluminado, voltou a ensinar os seus antigos pupilos.
Sem apego ao pó
Zenguetsu, um mestre chinês da Dinastia Tang, escreveu, para os seus pupilos, os seguintes conselhos:
Viver no mundo e, no entanto, não criar apego ao pó do mundo é o caminho de um verdadeiro estudante de Zen.
Ao testemunhar a boa acção de outrem, encoraja-te a seguir-lhe o exemplo. Ao saber do erro de outrem, diz a ti próprio que não o imites.
Ainda que estejas só num quarto às escuras, age como se estivesses perante um hóspede ilustre. Exprime os teus sentimentos, mas não te tornes mais expressivo que a tua verdadeira natureza.
A pobreza é o teu tesouro. Nunca a troques por uma vida de lazer.
Uma pessoa pode parecer um louco e no entanto não o ser. Poderá estar apenas a guardar cuidadosamente a sua sensatez.
As virtudes são o fruto da autodisciplina e não caem do céu por si próprias como a chuva ou a neve.
A modéstia é o alicerce de todas as virtudes.
Deixa que os teus vizinhos te descubram, antes de te apresentares a eles.
Um coração nobre nunca se força a exprimir-se. As suas palavras são como gemas raras, raramente expostas e de grande valor.
In ' 101 Histórias Zen ', de Nyogen Senzaki e Paul Reps
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Flores de Maio
Flores de Maio
A Primavera era nossa
Quando te dei flores em Maio
Cresciam junto ao penhasco
O abismo das nossas almas
A chama que se apaga
É a mesma que um dia se acendeu
O tempo que tudo corrói
É o mesmo que tudo faz crescer
As flores murcham sobre a mesa
Não há água que as rejuvenesça
A flecha que foi lançada
Jamais pode voltar atrás.
N.Afonso, 10.05.2012
A Primavera era nossa
Quando te dei flores em Maio
Cresciam junto ao penhasco
O abismo das nossas almas
A chama que se apaga
É a mesma que um dia se acendeu
O tempo que tudo corrói
É o mesmo que tudo faz crescer
As flores murcham sobre a mesa
Não há água que as rejuvenesça
A flecha que foi lançada
Jamais pode voltar atrás.
N.Afonso, 10.05.2012
sábado, 19 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Caminho do calvário
Caminho do calvário
Foges de ti próprio
És o Caim que matou Abel
Rogas pragas aos inimigos
Desconhecidos, sem nome
E de manhã quando te levantas
Encostas-te ao teu ego indolente
Semeias ventos entre os que passam
Depois acordas na tempestade
Carregas aos ombros
A cruz do teu destino
Espezinhas a lealdade
Ignoras a coragem
Desprezas a honra
Lisonjeias a traição
Chegou a hora!
Morrerás em vão.
N. Afonso, 6.05.2012
Foges de ti próprio
És o Caim que matou Abel
Rogas pragas aos inimigos
Desconhecidos, sem nome
E de manhã quando te levantas
Encostas-te ao teu ego indolente
Semeias ventos entre os que passam
Depois acordas na tempestade
Carregas aos ombros
A cruz do teu destino
Espezinhas a lealdade
Ignoras a coragem
Desprezas a honra
Lisonjeias a traição
Chegou a hora!
Morrerás em vão.
N. Afonso, 6.05.2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Evola- Aquilo que conta
'' As coisas chegaram a tal ponto que hoje nos perguntamos quem será capaz de assumir o mundo moderrno não em qualquer um dos seus aspectos particulares - «tecnocracia», «sociedade de consumo», etc.-, mas sim em bloco, até apreender o seu significado último. Só este poderia ser o princípio.
Mas para isso é necessário sair do círculo de atracção. É necessário saber conceber o outro - conseguir criar novos olhos e novos ouvidos para coisas que o afastamento tornou invisíveis e mudas. Só remontando aos significados e às visões em vigor antes que se estabelecessem as causas da civilização presente, é possível ter um ponto absoluto de referência, a chave para a compreensão efectiva de todos os desvios modernos - e ao mesmo tempo achar o baluarte sólido, a linha de resistência inviolável para aqueles a quem, apesar de tudo, será concedido o manterem-se erguidos. E hoje em dia o que conta - precisa e exclusivamente- é o trabalho de quem souber conservar-se dentro das linhas de superioridade: firme nos princípios; inacessível a qualquer concessão; indiferente perante as exaltações,as convulsões, as superstições e as prostituições a cujo ritmo dançam as gerações modernas. Só conta o silencioso manter-se firme de poucos, cuja presença impassível de «convidados de pedra» sirva para criar novas relações, novas distâncias e novos valores; para construir um pólo que, se obviamente não impedirá este mundo de desviados e exaltados de ser o que é, contudo será válido para transmitir a alguém a sensação da verdade - sensação essa que talvez até poderá ser o princípio de alguma crise libertadora. ''
Julius Evola ''Revolta contra o mundo moderno'', Publicações D.Quixote, 1989
segunda-feira, 7 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
A casa velha junto ao lago
A casa velha junto ao lago
Numa casa velha junto ao lago
Vive um homem solitário
Lembra os camaradas de outrora
Era a coragem a sua pátria
Na casa isolada de madeira
Uma arma gasta e uma cana de pesca
São agora as suas companheiras
Ele olha em frente, sem remorsos
O dia avança como tantos outros
O sol espreita entre os pinheiros
Uma águia paira nas alturas
Cantam aves nos altos ramos
O homem escuta e observa
A guerra- distante mas sempre perto
A vida- uma arco-íris de memórias
A morte- a outra margem do rio
A mente- apaziguada perante a dor
E a lua reflectida sobre as águas
Os irmãos caídos, nunca esquecidos
Em batalhas idas não perdidas.
N. Afonso, 6.04.2012
Numa casa velha junto ao lago
Vive um homem solitário
Lembra os camaradas de outrora
Era a coragem a sua pátria
Na casa isolada de madeira
Uma arma gasta e uma cana de pesca
São agora as suas companheiras
Ele olha em frente, sem remorsos
O dia avança como tantos outros
O sol espreita entre os pinheiros
Uma águia paira nas alturas
Cantam aves nos altos ramos
O homem escuta e observa
A guerra- distante mas sempre perto
A vida- uma arco-íris de memórias
A morte- a outra margem do rio
A mente- apaziguada perante a dor
E a lua reflectida sobre as águas
Os irmãos caídos, nunca esquecidos
Em batalhas idas não perdidas.
N. Afonso, 6.04.2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
Decadência e ruína do império Freudiano(excerto)
Hans Jurgen Eysenck, ' Decadência e ruína do império Freudiano' ( Tradução minha a partir do Castelhano)
'' Quando eu era estudante, a vida intelectual europeia e americana estava dominada por três grandes figuras: Einstein na Física; Karl Marx na Economia e Sociologia e Sigmund Freud na Psicologia.
Dos três, foi Freud quem pior sofreu a prova do tempo. Mais que nociva, a sua doutrina parece hoje desprovida de carácter científico, no sentido de que não permite estabelecer previsões controláveis. Assim o notaram Karl Popper e outros epistemólogos: se determinamos de que modo uma teoria é desmentida pela experiência, quer dizer que, cientificamente, essa teoria não tem nada para dizer. Mas ainda, os métodos de tratamento que Freud retira das suas ideias são hoje considerados como quase ineficazes. Entre os especialistas a sua fama caiu muito, ainda que não se possa contestar como profeta da 'mudança social'.
O Mito da psicanálise
Freud pensou que a psicanálise encontraria uma virulenta resistência na opinião pública, mas assim não foi. A sua doutrina foi aceite com mais facilidade do que nenhuma outra ideia revolucionária, Em psiquiatria o seu método teve, até hoje, uma importância considerável, sobretudo nos Estados Unidos. Deste modo, a psicanálise é o único método de psicologia conhecido por escritores, jornalistas, cineastas, professores, filósofos, e até o homem da rua. Para muita gente, psicanálise é sinónimo de psicologia. Deparamo-nos assim com uma situação curiosa, no sentido de que a psicanálise é plenamente aceite pelos profanos, enquanto que é rejeitada pelos que nesse domínio possuem conhecimentos sérios.
A conclusão de tal estado de coisas é que a psicanálise é um mito, quer dizer, um conjunto de crenças semi--religiosas propagadas por indivíduos que se devem considerar não como investigadores mas como profetas ou iluminados.
Falta de rigor
Freud, por seu lado, estava mais interessado na psicanálise como filosofia geral que pelos seus conhecimentos respeitantes à pessoa e à possibilidade de conhecer o seu «inconsciente«. Dava muita pouca importância aos aspectos curativos da sua doutrina, e no final da sua vida, tornou-se algo céptico em relação às «curas» que obrava. Mas os seus discípulos não estão nessa via: eles persistem em afirmar que a psicanálise é, não só o melhor método de tratamento, mas o único que garante uma cura verdadeira.
Na verdade, a única coisa que costumam fazer os psicanalistas é dar a conhecer exemplos isolados e individuais (obviamente, sempre curas) e depois de utilizarem tais exemplos retiram conclusões de alcance geral. Este procedimento é o exempo clássico do sofisma ' post hoc, ergo propter hoc '. O facto de que um doente chamado John Doe, que sofre uma fobia, comece a sentir melhoria depois de quatro anos de tratamento psicanalítico, não prova de modo nenhum que John Doe deva a sua melhoria à psicanálise e ainda menos que essa fobia se cure com o tratamento dispensado.
Se querem provar a eficácia dos seus métodos, os psicanalistas deveriam ser mais rigorosos, porque se os pacientes tratados por eles não curam mais nem em maior número do que os tratados com outros métodos, os casos de cura não devem considerar-se. Mais ainda, os sujeitos tratados pela psicanálise, demoram mais do que os ausentes do tratamento. Esta conclusão deduz-se da relação entre curas e sujeitos tratados.
Sessenta anos de atraso
Em 1952 publiquei os resultados das minhas observações: a psicanálise produz a menor cura de pessoas afectadas por neurose. produziu-se um avalancha de réplicas, críticas e rejeições, mas nem uma delas mencionava um caso verificável experimentalmente que demonstrasse o valor do tratamento psicanalítico.
Devemos voltar ao paradoxo invocado no início deste artigo: se os espíritos científicos e familiares com a psicologia rejeitam cada vez mais a teoria de Freud, poque são tão populares? A resposta é simples: Freud é, em si, um escritor e um dramaturgo. A sua doutrina tem o aspecto de um drama moralizante, com os seus heróis, os seus malvados e os seus monstros. Aqui o Ego, o Ele e o SuperEgo; além o censor, disposto a lutar com o inconsciente. Toda a trama, por outro lado, está centrada na sexualidade. Pode haver algo mais atraente? Mas nada tem que ver com a ciência. O próprio Freud disse: eu não sou por natureza cientista.
As teorias de Freud têm a vantagem de que todos podem brincar a psicanalisar os seus amigos. Como a prova cientìfica não intervém para nada, nunca haverá erro. Assim se populariza a psicanálise e nasce o paradoxo. Agora, já podem os sábios franzir o nariz ou os epistemólogos assinalar que as doutrinas de Freud carecem de fundamento, porque como o homem da rua não lê as publicações científicas ou as revistas de filosofia, nada disto surtirá qualquer efeito.
Mas outros métodos de tratamento mais rápidos e eficazes tendem hoje a substituir a psicanálise. A casa que Freud construíra foi demolida; alguns tijolos servirão sem súvida a futuros arquitectos, mas a nova construção não se parecerá em nada à de Freud.
Freud atrasou a psiquiatria mais de sessenta anos, ao não dar a menor importância à prova científica. Abandonando Freud, a psiquiatria poderá ser reconhecida como uma disciplina verdadeiramente científica.''
Freud
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Omar Khayyam - Rubayat
Omar Khayyam(Pérsia, 1048-1131)
Rubayat (Alguns poemas)
O vasto mundo: grão de areia no espaço.
A ciência dos homens: palavras. Os povos,
os animais, as flores dos sete climas: sombras.
O profundo resultado da tua meditação: nada.
Os sábios mais ilustres caminharam nas trevas da ignorância,
e eram os luminares do seu tempo.
O que fizeram? Balbuciaram algumas frases confusas,
e depois adormeceram cansados.
Mestres e sábios morreram
sem se entenderem sobre o Ser e o Não Ser.
Nós, ignorantes, vamos apanhar as tenras uvas;
que os grandes homens se regalem com as passas.
Rosas, taças, lábios vermelhos:
brinquedos que o Tempo estraga;
estudo, meditação, renúncia:
cinzas que o Tempo espalha.
(Tradução de Alfredo Braga)
terça-feira, 24 de abril de 2012
Leis de Ricardo I (Coração de Leão) sobre os Cruzados que partiam para o mar-1189 d.C.
(Tradução minha)
''Ricardo, Rei de Inglaterra pela Graça de Deus, e Duque da Normandia e Aquitânia, e Conde de Anjou, a todos os seus súbditos que estão para partir para Jerusalém através do mar, vos saúdo. Saibam que nós, pelo conselho comum dos homens justos, fizemos as leis que vos são dadas. Quem quer que mate um homem a bordo será atado ao morto e atirado ao mar. Mas se ele o matar em terra, ele será atado ao morto e enterrado em terra. Se alguém, no entanto, for condenado por testemunhas legítimas de haver lançado uma faca contra outrem, ou de o ter atingido de modo a fazê-lo sangrar ficará sem a mão. Mas se o atingir com o punho sem o fazer sangrar, será mergulhado no mar três vezes. Mas se alguém vituperar ou insultar um camarada ou se o acusar de odiar Deus: pagará tantas onças de prata tantas quantas vezes o haja insultado. Um ladrão, além do mais condenado por roubo, será tosquiado e derramar-lhe-ão alcatrão a ferver sobre a sua cabeça e sacudir-lhe-ão penas de almofada também sobre a cabeça- de modo a que seja tornado público; e na primeira terra onde o navio atracar ele será lançado à costa. Na minha própria presença em Chinon.''
Fonte: Henderson, Ernest F.
Select Historical Documents of the Middle Ages
domingo, 22 de abril de 2012
Parlamento secreto Judaico em Bruxelas
A Máfia sionista internacional cria um parlamento próprio em Bruxelas. Esta é uma das notícias que os órgãos de informação vão, como de costume, silenciar.
sábado, 14 de abril de 2012
Folhas Caducas
Folhas caducas
Caem como folhas caducas
Máscaras e vaidades mundanas
Brilham ao longe, no silêncio
Da multidão afastadas
Nobres virtudes, antes secretas
Na hora certa relembradas
N. Afonso, 9.04.2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Ainda sobre o liberalismo totalitário
'' Por outras palavras, existe um liberalismo totalitário. Se esta expressão parece ser um oxímoro, ela mostra o quanto fomos treinados de modo a dissociarmos liberalismo de qualquer lufada de totalitarismo. Os nossos critérios para julgar o que é o totalitarismo (ideias extremas, campos de concentração, polícia secreta, o culto da masculinidade, a veneração do Estado) são, como que por acaso, os critérios que amigavelmente excluem todos os prováveis métodos liberais do exercício de poder. ''
Michael Walker, '' Against all totalitarianisms '', The Scorpion, nº10, Autumn 1986( Tradução minha)
Michael Walker, '' Against all totalitarianisms '', The Scorpion, nº10, Autumn 1986( Tradução minha)
terça-feira, 10 de abril de 2012
Força e violência em Vilfredo Pareto
Vilfredo Pareto
'' Não podemos confundir violência e força. A violência acompanha habitualmente a fraqueza. Podemos ver indivíduos e classes, que, tendo perdido a força para se manterem a si próprios no poder, se tornam mais e mais odientos, recorrendo à violência indiscriminada. Um homem forte ataca apenas quando é absolutamente necessário- e nada o pára. Trajano era forte mas não violento; Calígula era violento mas não era forte. ''
E escreve mais adiante: '' Todos os povos aterrorizados pelo sangue ao ponto de já não saberem defender-se a si mesmos mais tarde ou mais cedo tornar-se-ão presas de outros povos belicosos. Não há talvez um palmo de terra no planeta que não haja sido conquistado pela espada, ou onde os povos a ocuparem essa terra não se tenham lá mantido pela força. Se os Negros fossem mais fortes do que os Europeus seriam eles a dividir a Europa e não os Europeus a dividirem África. O alegado 'direito' com os quais os povos se arrogaram a si próprios o título de 'civilizados' para conquistarem outros povos a quem se acostumaram a chamar de 'incivilizados' é absolutamente ridículo. Pelo contrário, esse direito não passa de força. Enquanto os Europeus forem mais fortes do que os Chineses, eles impor-lhes-ão a sua vontade, mas se os Chineses se tornarem mais fortes do que os Europeus, estes papéis inverter-se-ão... ''
Vilfredo Pareto ' Les systèmes socialistes ' ( Tradução minha)
sábado, 7 de abril de 2012
Liberalismo totalitário
O liberalismo, ao intrometer-se em todos os domínios da vida humana e ao subordiná-la unicamente à esfera puramente económica da actividade social, torna-se deste modo totalitário, sendo por isso desprezível e, consequentemente, nosso inimigo.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Ovídio e as Quatro Idades
' De ouro foi a primeira Idade, quando a fé e a justiça se mantinham pelo livre arbítrio e não pela lei, ameaça ou vingança. Corriam rios de leite e rios de doce néctar, e o mel era extraído de carvalhos verdejantes.
Depois de Saturno haver sido expulso para o obscuro reino da morte, e de o mundo estar sob a influência de Júpiter, a raça de prata chegou, pior do que a de ouro, mas melhor do que bronze amarelado.
Então, depois disto, a terceira chegou, a raça de bronze, de índole mais severa e mais rápida a pegar em armas, mas não ainda ímpia.
A Idade de ferro veio no fim. De uma vez, todo o mal irrompeu nesta era desprezível: a modéstia, a verdade e a fé abandonaram a terra, e em seu lugar apareceram as artimanhas e conspirações,a violência e a amaldiçoada ganância pelo lucro. O convidado não estava a salvo do anfitrião, nem o sogro do genro; o amor escasseava, mesmo entre irmãos. O marido ansiava pela morte da sua esposa e ela pela do seu marido. A devoção foi derrotada, e o último dos imortais abandonou a terra encharcada de sangue.
Quando o filho de Saturno observou isto do seu elevado trono gemeu, e concebeu na sua alma uma poderosa fúria digna de Júpiter e reuniu os deuses em concílio. '
Ovídio ' Metamorfoses' ( Tradução minha)
Ovídio
quinta-feira, 29 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
Recordar Rodrigo Emílio- Alguns poemas
Rodrigo Emílio, 18.02.1944-28.03.2004
Poema anti-Yankee
À bolsa de Nova Iorque, without love.
Ó idolatras dos dólares,
energúmenos dos números:
-Guardai as vossas esmolas
para a Europa dos chulos...
E ficai-vos com os trocos;
ou cambiai-os em rublos!...
Lápide
Não vos escondo
que quando vim
a capital do meu sonho
era Berlim.
Só que Berlim
Já 'stava a arder
e eu, por mim,
não Lhe pude valer.
Lisboa, Maio de 1980 no 35º aniversário da vitória da plebe.
Rosácea D'Aljubarrota
À vista do mosteiro
da Batalha
-há conquista
que resista,
há la guerreiro
que valha?!...
...Deixai, então, que vos fale
(-porque me dá cuidado
e por mais nada!)
d'aqueloutro Portugal
talhado à espada
-e condenado, afinal,
a não ser nada...-
...Sala d'aula do Além,
anfiteatro do Mar,
-que ninguém, que já ninguém
hoje vem
contemplar...
domingo, 25 de março de 2012
Samsara
Samsara
Acabei de sonhar contigo
Deitada, as mãos ensanguentadas
Junto a ti, coroas de flores e esmeraldas
Um punhal sobre o teu peito
Uma rosa vermelha na mão direita
O teu rosto pálido, a pele macia
Sussurravas o meu nome
E um corvo poisava no teu ombro
Era noite e a chuva caía, lentamente...
Os teus olhos azul turquesa
Fixavam-me, incessantemente
Olho em redor e penso:
Este mundo já não te pertence
Um último olhar, um último gesto
Uma última palavra
A vida escapa-te
Tudo é breve, fugaz, impermanente
A roda da vida gira sem parar
Diz adeus e parte, sem nada a proclamar
Tudo volta à sua origem
Qual gota de água
Num longínquo mar
N. Afonso, 24.03.2012
Acabei de sonhar contigo
Deitada, as mãos ensanguentadas
Junto a ti, coroas de flores e esmeraldas
Um punhal sobre o teu peito
Uma rosa vermelha na mão direita
O teu rosto pálido, a pele macia
Sussurravas o meu nome
E um corvo poisava no teu ombro
Era noite e a chuva caía, lentamente...
Os teus olhos azul turquesa
Fixavam-me, incessantemente
Olho em redor e penso:
Este mundo já não te pertence
Um último olhar, um último gesto
Uma última palavra
A vida escapa-te
Tudo é breve, fugaz, impermanente
A roda da vida gira sem parar
Diz adeus e parte, sem nada a proclamar
Tudo volta à sua origem
Qual gota de água
Num longínquo mar
N. Afonso, 24.03.2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
Kali Yuga
Kali Yuga
Thousands of years ago were written
Proper words in the sacred texts
But mankind has long forgiven
Many of them will find no rest
This age of lies and deception
Will unleash so much agression
A Golden Era once has lasted
And will return when Kali is gone
Do not fear when the end is near
Because every end is a new beginning
N. Afonso, 25.11.2011
Thousands of years ago were written
Proper words in the sacred texts
But mankind has long forgiven
Many of them will find no rest
This age of lies and deception
Will unleash so much agression
A Golden Era once has lasted
And will return when Kali is gone
Do not fear when the end is near
Because every end is a new beginning
N. Afonso, 25.11.2011
terça-feira, 13 de março de 2012
Julius Evola sobre os kamikaze
'' Muitos saberão já o que são os kamikaze. Tal é o nome que foi dado àqueles aviadores japoneses que na última grande guerra se lançavam com uma carga de explosivos que acompanhava o seu avião contra o navio dos inimigos para os fazer saltar pelo ar. Falou-se muito destes ' voluntários da morte ', umas vezes com admiração, outras com horror. Mas nem sempre foi captado o sentido completo desta iniciativa, na verdade sem precedentes na nossa história: dado que este é o primeiro caso de uma táctica sistematicamente estudada e organizada que implica a morte certa dos combatentes, aplicada não em casos esporádicos, dentro dos limites de formas de exaltação individual, mas durante um longo período e com um corpo especial instruído de maneira adequada.
Este corpo foi criado pelo amirante Onishi, quando, perante a esmagadora superioridade de meios por parte do adversário, parecia não haver outra esperança de vitória que não fosse um milagre somente realizável por um caminho de excepção. Kamikaze quer dizer ' vento divino 'e ' tempestade dos deuses '. Com isto fez-se referência a um episódio da história anterior do Japão. Em 1281, numa situação também desesperada, um furacão, que se pensou haver sido desencadeado pelos deuses, salvou o Japão afundando em poucos minutos uma potente frota inimiga. Deste modo os kamikaze conceberam-se a si mesmos quase como a encarnação da mesma força divina que então havia salvo a nação. No momento da constituição dos corpos, estas foram as palavras pronunciadas pelo almirante Onishi: ' Dirijo-me a vós em nome dos cem milhões de japoneses para solicitar o vosso sacrifício, invocando a vitória. Vocês já são deuses e os deuses esquecem-se de qualquer desejo humano. Se por acaso ainda têm um, que seja aquele de saber que o vosso sacrifício não foi em vão. '
Tais palavras encontraram um solo preparado no estado de ânimo de exasperação nascido nas massas de combatentes, que, ainda constatando a impossibilidade de fazer frente ao inimigo com os mesmos meios, não queriam, no entanto, de nenhuma maneira vergar-se ante um destino infausto. Deste modo, a obrigação de vencer a qualquer custo, atestada num primeiro momento por exemplos isolados, com a precipitação dos acontecimentos, e com a criação daquele corpo especial, acabou inchando como uma torrente destruidora '.
Calcula-se que desde 24 de Outubro de 1944, data da criação do corpo dos kamikaze, até 15 de Agosto de 1945, data da capitulação do Japão, 2530 pilotos se lançaram nos ataques suicidas contra os porta-
- aviões, os couraçados e os transportes norte-americanos. No momento em que, apesar de tudo, o Japão depôs as armas, o almirante Onishi matou-se, alcançando assim os seus homens na morte. Pouco antes, escreveu esta breve poesia lírica: ' Depois da tempestade/a lua apareceu, radiante '. Isto leva-nos a analisar o elemento interior, ético e espiritual do espírito kamikaze. Por um lado, a chamada de Onishi encontrou uma superabundância de voluntários. Os que eram escolhidos consideravam tal coisa como uma grande honra pela qual agradeciam, e que por vezes se chegou até a protestar e acusar de favoritismo e de corrupção quando tal privilégio não era concedido. Por isso deve ser sublinhado que não se tratava de um gesto ditado por um momento de exaltação e de delírio heróico. Podia acontecer que os kamikaze tivessem que esperar meses inteiros antes de serem enviados numa missão. E neste período passavam o tempo realizando as suas ocupações normais, participando até em jogos e diversões, quase como se não tivessem ante si a perspectiva de partir rumo a uma morte certa e quase como se aquelas não fossem as suas últimas horas de vida. O seu misticismo guerreiro era acompanhado por uma fria e lúcida determinação, dado que, tal como se mencionou, eles tinham que instruir-se a fundo nas técnicas precisas de um ataque que, para ter
eficácia, exigia até ao fim um absoluto domínio de si mesmo.
Para entender tudo isto temos que fazer referência a factores ético-espirituais e a uma concepção da vida totalmente diferente da que impera no Ocidente moderno. Em primeiro lugar existia a ideia de que ' ao converter-se em soldados já se tinha dado a vida pelo Imperador ' e que ' se os nossos tivessem que pensar não ter feito tudo para vencer, também se matariam sem por isso considerar-se livres das suas culpas. ' Encontrava-se rapidamente uma ética mais geral derivada da sabedoria de Confúcio, a qual, do mesmo modo que a estóica, exorta a viver tal com se cada dia fosse o último. E a esta ética que, se é vivida, não pode senão propiciar um natural e calmo desapego, unia-se-lhe aquilo que vinha de um concepção tradicional que não vê no nascimento o princípio da existência humana e na morte o fim inevitável do ser. Daí a característica de um heroísmo que não é obscuro, trágico e desperado, mas que se encontra confirmado pela certeza de uma vida superior. Por isso os kamikaze eram considerados ' deuses vivos '. Por isso, para os seus aparelhos não foram escolhidos símbolos da morte, caveiras, ou cor negra ou outra, tal como, pelo contrário, acontece em outros casos, mas sim símbolos de imortalidade. Ooka foi denominado o pequeno tipo de avião de um só lugar, que, carregado com duas toneladas de explosivos, era
largado por um bombardeiro e que por meio de aceleradores a propulsão se precipitava a uma alta velocidade sobre o objectivo, com uma autonomia de 20 km. Mas Ooka quer dizer ' flor de ameixa ', flor que no Extremo Oriente é também um luminoso símbolo de imortalidade.
Mas esta imortalidade, de acordo com a concepção japonesa, não é de carácter puramente transcendente; é a de forças que ainda o além pode suportar e alimentar a grandeza e a força do Império. Por isso, o almirante Onishi pôde também dizer: ' O nascimento do espírito kamikaze assegura-nos a perenidade do Japão, ainda que haja apenas uma probabilidade ínfima de vencer. ' E no fundo, esta aparece como radical justificação do sacrifício daqueles que tinham pensado ' levantar com a pureza da sua juventude o vento dos deuses '. O aparecimento dos kamikaze aterrorizou por certo as forças norte-americanas. Ficaram descrições do paroxismo e pânico que produzia nos barcos yankees o seu mero aparecimento. Lançavam-
-se contra o mesmo todo o tipo de elemento bélico e muitas vezes acontecia que o avião, ainda com o embate, arrastava-se com uma bola de chamas e fumo contra o objectivo. Mas os resultados tácticos e estratégicos esperados não foram obtidos. As coisas haviam já chegado a um ponto em que faltavam os aparelhos,e não era sequer possível arranjar uma escolta necessária para impedir que os kamikaze fossem abatidos muito antes de poderem aproximar-se das ' task-force ' norte-americanas e de outros objectivos. Todas as destruições realizadas não puderam de forma alguma impedir a derrota.
E esta é uma experiência deprimente. Deprimente porque poderia não valer apenas para aquele caso. Os tempos parecem ser tais que mesmo a extrema tensão heróica de espíritos que já de forma antecipada rescindiram o vínculo humano pode ser vã ante uma esmagadora potência organizada da matéria. ''
Roma, 11 de Dezembro de 1957.( Texto traduzido do Castelhano)
Este corpo foi criado pelo amirante Onishi, quando, perante a esmagadora superioridade de meios por parte do adversário, parecia não haver outra esperança de vitória que não fosse um milagre somente realizável por um caminho de excepção. Kamikaze quer dizer ' vento divino 'e ' tempestade dos deuses '. Com isto fez-se referência a um episódio da história anterior do Japão. Em 1281, numa situação também desesperada, um furacão, que se pensou haver sido desencadeado pelos deuses, salvou o Japão afundando em poucos minutos uma potente frota inimiga. Deste modo os kamikaze conceberam-se a si mesmos quase como a encarnação da mesma força divina que então havia salvo a nação. No momento da constituição dos corpos, estas foram as palavras pronunciadas pelo almirante Onishi: ' Dirijo-me a vós em nome dos cem milhões de japoneses para solicitar o vosso sacrifício, invocando a vitória. Vocês já são deuses e os deuses esquecem-se de qualquer desejo humano. Se por acaso ainda têm um, que seja aquele de saber que o vosso sacrifício não foi em vão. '
Tais palavras encontraram um solo preparado no estado de ânimo de exasperação nascido nas massas de combatentes, que, ainda constatando a impossibilidade de fazer frente ao inimigo com os mesmos meios, não queriam, no entanto, de nenhuma maneira vergar-se ante um destino infausto. Deste modo, a obrigação de vencer a qualquer custo, atestada num primeiro momento por exemplos isolados, com a precipitação dos acontecimentos, e com a criação daquele corpo especial, acabou inchando como uma torrente destruidora '.
Calcula-se que desde 24 de Outubro de 1944, data da criação do corpo dos kamikaze, até 15 de Agosto de 1945, data da capitulação do Japão, 2530 pilotos se lançaram nos ataques suicidas contra os porta-
- aviões, os couraçados e os transportes norte-americanos. No momento em que, apesar de tudo, o Japão depôs as armas, o almirante Onishi matou-se, alcançando assim os seus homens na morte. Pouco antes, escreveu esta breve poesia lírica: ' Depois da tempestade/a lua apareceu, radiante '. Isto leva-nos a analisar o elemento interior, ético e espiritual do espírito kamikaze. Por um lado, a chamada de Onishi encontrou uma superabundância de voluntários. Os que eram escolhidos consideravam tal coisa como uma grande honra pela qual agradeciam, e que por vezes se chegou até a protestar e acusar de favoritismo e de corrupção quando tal privilégio não era concedido. Por isso deve ser sublinhado que não se tratava de um gesto ditado por um momento de exaltação e de delírio heróico. Podia acontecer que os kamikaze tivessem que esperar meses inteiros antes de serem enviados numa missão. E neste período passavam o tempo realizando as suas ocupações normais, participando até em jogos e diversões, quase como se não tivessem ante si a perspectiva de partir rumo a uma morte certa e quase como se aquelas não fossem as suas últimas horas de vida. O seu misticismo guerreiro era acompanhado por uma fria e lúcida determinação, dado que, tal como se mencionou, eles tinham que instruir-se a fundo nas técnicas precisas de um ataque que, para ter
eficácia, exigia até ao fim um absoluto domínio de si mesmo.
Para entender tudo isto temos que fazer referência a factores ético-espirituais e a uma concepção da vida totalmente diferente da que impera no Ocidente moderno. Em primeiro lugar existia a ideia de que ' ao converter-se em soldados já se tinha dado a vida pelo Imperador ' e que ' se os nossos tivessem que pensar não ter feito tudo para vencer, também se matariam sem por isso considerar-se livres das suas culpas. ' Encontrava-se rapidamente uma ética mais geral derivada da sabedoria de Confúcio, a qual, do mesmo modo que a estóica, exorta a viver tal com se cada dia fosse o último. E a esta ética que, se é vivida, não pode senão propiciar um natural e calmo desapego, unia-se-lhe aquilo que vinha de um concepção tradicional que não vê no nascimento o princípio da existência humana e na morte o fim inevitável do ser. Daí a característica de um heroísmo que não é obscuro, trágico e desperado, mas que se encontra confirmado pela certeza de uma vida superior. Por isso os kamikaze eram considerados ' deuses vivos '. Por isso, para os seus aparelhos não foram escolhidos símbolos da morte, caveiras, ou cor negra ou outra, tal como, pelo contrário, acontece em outros casos, mas sim símbolos de imortalidade. Ooka foi denominado o pequeno tipo de avião de um só lugar, que, carregado com duas toneladas de explosivos, era
largado por um bombardeiro e que por meio de aceleradores a propulsão se precipitava a uma alta velocidade sobre o objectivo, com uma autonomia de 20 km. Mas Ooka quer dizer ' flor de ameixa ', flor que no Extremo Oriente é também um luminoso símbolo de imortalidade.
Mas esta imortalidade, de acordo com a concepção japonesa, não é de carácter puramente transcendente; é a de forças que ainda o além pode suportar e alimentar a grandeza e a força do Império. Por isso, o almirante Onishi pôde também dizer: ' O nascimento do espírito kamikaze assegura-nos a perenidade do Japão, ainda que haja apenas uma probabilidade ínfima de vencer. ' E no fundo, esta aparece como radical justificação do sacrifício daqueles que tinham pensado ' levantar com a pureza da sua juventude o vento dos deuses '. O aparecimento dos kamikaze aterrorizou por certo as forças norte-americanas. Ficaram descrições do paroxismo e pânico que produzia nos barcos yankees o seu mero aparecimento. Lançavam-
-se contra o mesmo todo o tipo de elemento bélico e muitas vezes acontecia que o avião, ainda com o embate, arrastava-se com uma bola de chamas e fumo contra o objectivo. Mas os resultados tácticos e estratégicos esperados não foram obtidos. As coisas haviam já chegado a um ponto em que faltavam os aparelhos,e não era sequer possível arranjar uma escolta necessária para impedir que os kamikaze fossem abatidos muito antes de poderem aproximar-se das ' task-force ' norte-americanas e de outros objectivos. Todas as destruições realizadas não puderam de forma alguma impedir a derrota.
E esta é uma experiência deprimente. Deprimente porque poderia não valer apenas para aquele caso. Os tempos parecem ser tais que mesmo a extrema tensão heróica de espíritos que já de forma antecipada rescindiram o vínculo humano pode ser vã ante uma esmagadora potência organizada da matéria. ''
Roma, 11 de Dezembro de 1957.( Texto traduzido do Castelhano)
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