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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Evola- Aquilo que conta
'' As coisas chegaram a tal ponto que hoje nos perguntamos quem será capaz de assumir o mundo moderrno não em qualquer um dos seus aspectos particulares - «tecnocracia», «sociedade de consumo», etc.-, mas sim em bloco, até apreender o seu significado último. Só este poderia ser o princípio.
Mas para isso é necessário sair do círculo de atracção. É necessário saber conceber o outro - conseguir criar novos olhos e novos ouvidos para coisas que o afastamento tornou invisíveis e mudas. Só remontando aos significados e às visões em vigor antes que se estabelecessem as causas da civilização presente, é possível ter um ponto absoluto de referência, a chave para a compreensão efectiva de todos os desvios modernos - e ao mesmo tempo achar o baluarte sólido, a linha de resistência inviolável para aqueles a quem, apesar de tudo, será concedido o manterem-se erguidos. E hoje em dia o que conta - precisa e exclusivamente- é o trabalho de quem souber conservar-se dentro das linhas de superioridade: firme nos princípios; inacessível a qualquer concessão; indiferente perante as exaltações,as convulsões, as superstições e as prostituições a cujo ritmo dançam as gerações modernas. Só conta o silencioso manter-se firme de poucos, cuja presença impassível de «convidados de pedra» sirva para criar novas relações, novas distâncias e novos valores; para construir um pólo que, se obviamente não impedirá este mundo de desviados e exaltados de ser o que é, contudo será válido para transmitir a alguém a sensação da verdade - sensação essa que talvez até poderá ser o princípio de alguma crise libertadora. ''
Julius Evola ''Revolta contra o mundo moderno'', Publicações D.Quixote, 1989
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