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domingo, 25 de março de 2012

Samsara

Samsara




Acabei de sonhar contigo
Deitada, as mãos ensanguentadas
Junto a ti, coroas de flores e esmeraldas
Um punhal sobre o teu peito
Uma rosa vermelha na mão direita
O teu rosto pálido, a pele macia

Sussurravas o meu  nome
E um corvo poisava no teu ombro
Era noite e a chuva caía, lentamente...
Os teus olhos azul turquesa
Fixavam-me, incessantemente

Olho em redor e penso:
Este mundo já não te pertence
Um último olhar, um último gesto
Uma última palavra
A vida escapa-te

Tudo é breve, fugaz, impermanente
A roda da vida gira sem parar
Diz adeus e parte, sem nada a proclamar

Tudo volta à sua origem
Qual gota de água
Num longínquo mar

N. Afonso, 24.03.2012




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