'' Breve ou longa, que me importa a vida?
não temos de morrer um dia?
Por muito que se puxe e estenda o fio
não chegará um dia ao seu limite?
Quer vivas infeliz e na miséria
ou mesmo seguro e afortunado,
Tudo se equivale no dia de morrermos.
Quer a sorte nada te tenha oferecido
Quer, deste mundo, mil terras te haja dado,
tanto faz, no dia em que morrermos.
Fortuna e infortúnio: apenas sonho!
e o sonho só vale como sonho,
não há diferença no dia de morrermos.''
Rudaki, Poeta persa(880-940), in '' Irão- viagem ao país das rosas'', Ésquilo, 2007
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terça-feira, 19 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
sábado, 9 de novembro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Orwell e a falsificação da História
'' Sei que se tornou moda dizer que a maior parte da História registada é mentira. Estou pronto a acreditar que a História, na sua maior parte, se apresenta inexacta e tendenciosa; mas aquilo que é peculiar ao nosso tempo é o abandono da ideia de que a História poderia ser escrita com verdade. No passado, as pessoas mentiam deliberadamente, ou coloriam inconscientemente aquilo que escreviam, ou lutavam pela verdade com a certeza de cometerem bastantes erros; mas faziam tudo isto sabendo que os factos existiam e que era possível descobri-los. Na prática, havia sempre uma massa factual com a qual quase todas as pessoas concordavam. É justamente esta base comum de acordo, da qual decorre que todos os seres humanos são uma única espécie animal, que o totalitarismo destrói. O desígnio resultante desta forma de pensar é um mundo em que o Chefe, ou uma qualquer súcia governante, supervisa não apenas o futuro mas também o passado. Esta prospectiva assusta-me muito mais do que as bombas- e depois das nossas experiências dos últimos anos, não se trata aqui de uma afirmação gratuita.''
(George Orwell, 1942)
terça-feira, 15 de outubro de 2013
O Lago
O Lago
'' Tive eu na mocidade ocasião
De achar do mundo vasto um lugarO qual eu não podia mais amar...
Porquanto me encantou a solidão
Dum lago agreste, por negros rochedos
Circundado, e por altos arvoredos.
Mas quando a Noite o seu sudário
Deitava em seu lugar, e em tudo à volta,
E o vento misterioso andava à solta...
E o vento um canto murmurava...
Ah...era então que eu despertava
Para o terror do lago solitário.
Contudo, tal terror não me assustava,
Mas com tremores me deleitava...
Um sentimento tal cujo mistério
Excede mil jazigos de minério...
E mesmo o teu Amor... que eu cobiçava.
No veneno da onda havia dolo,
E em seu vórtice um esquife apropriado
A quem aí buscava o consolo
De um espírito, erguendo transviado,
Em seu imaginário isolado,
Um Éden no sombrio e torvo lago.''
(Edgar Allan Poe, ''O Lago'', in ''Obra poética completa'', Tinta-da-China, Lisboa, MMIX)
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
O Silêncio Branco
'' A natureza serve-se de inúmeros artifícios para inculcar no homem a noção da sua finitude- o fluir incessante das marés, a fúria da tormenta, o abalo do terramoto, o longo retombar da trovoada- mas de todos eles o mais temível, o mais aterrador, é a impassibilidade do Silêncio Branco. Todo o movimento cessa, o ar esvai-se, o céu torna-se de chumbo; o mais pequeno sussurro soa a sacrilégio e um homem assusta-se e intimida-se com o som da sua própria voz. Único átomo de vida a deslocar-se na vastidão espectral de um mundo morto, treme perante a sua própria audácia, toma consciência que a sua existência pouco mais vale que a de um verme. Surgem-lhe então pensamentos estranhos, inopinados, e parece querer revelar-se-lhe o mistério de todas as coisas. Apodera-se dele o temor da morte, de Deus, do universo- a esperança na Ressureição e na Vida, o anseio de imortalidade, a porfia vã da essência aprisionada- e é então, e só então, que o homem caminha apenas na companhia de Deus. '' (Jack London, ''O Filho do lobo'', Antígona, Lisboa, 2001)
terça-feira, 8 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
Desafio
Desafio
'' Tenho uma vaga lembrança
De uma história que se conta
Em certa velha lenda espanhola
Ou numa crónica antiga
Foi quando o bravo rei Sancho
Morreu às portas de Zamora
À qual o seu grande exército montava cerco
Acampado na planície.
Don Diego de Ordenez
Apresentou-se sozinho diante de todos
E gritou bem alto o seu desafio
Aos que defendiam as muralhas da cidade.
A todos os moradores de Zamora,
Aos nascidos e aos que estavam para nascer,
Desafiou como traidores
Em tom desdenhoso e altivo.
Insultou os vivos nas suas casas
E os mortos nas suas campas,
As água dos rios
E o vinho, o azeite e o pão.
Há um exército bem mais poderoso
Que nos assalta de todos os lados
Um exército infindo e faminto
Que luta em todas as portas da vida.
Os milhões que a pobreza oprime
Que vêm disputar o nosso pão e vinho
E nos acusam de traição
Nós, os que estamos vivos, e os mortos também.
E sempre que me sento à mesa do banquete
Onde a festa e as canções não têm fim
No meio da alegria e da música
Ouço os seus gritos terríveis,
Vejo os seus rostos tristes e descarnados
Fitando o salão iluminado
E as mãos exangues e estendidas
Para apanhar as migalhas que caem.
Dentro de casa há luz e abundância,
No ar pairam bons odores,
Mas lá fora, reinam o frio e a noite,
A fome e o desespero.
E no acampamento faminto
Ao vento, ao frio e à chuva,
Cristo, o grande Senhor dos Exércitos,
Jaz morto na planície. ''
H.W. Longfellow
sábado, 7 de setembro de 2013
América
'' A América é a terra da alegria, como a Alemanha é a terra da metafísica e a França a terra da fornicação. Aqui, a bufonaria não conhece descanso. Os Estados Unidos são, incomparavelmente, o maior espectáculo do mundo. Um espectáculo que exclui todo o tipo de palhaçadas que rapidamente me entediam- o cerimonial monárquico, o malabarismo fastidioso da haute politique ou a atitude séria perante a política, por exemplo-, pondo antes a ênfase no tipo de situações que me divertem incessantemente: as discussões brejeiras dos demagogos, as deliciosas e engenhosas manigâncias dos mestres da pulhice, a perseguição a bruxas e hereges, as tentativas desesperadas dos homens inferiores para treparem até ao Céu. Temos entre nós, em constante actividade, bobos que se destacam dos de qualquer outro grande país; não apenas vinte ou trinta, mas verdadeiras manadas deles. Aquilo que noutro país cristão qualquer está irremediavelmente votado a um tédio incurável- coisas que, pela sua natureza, parecem desprovidas de toda a piada-, é aqui elevado a um patamar de bufonaria que nos faz rir a bandeiras despregadas. ''
(H.L.Mencken, ''Os Americanos'', Antígona, 2005)
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
The missing shepherd
The missing shepherd
A man went strolling
Through green hills unknown
He saw a black snake crawling
And found himself alone
A strange voice was whispering
His best friend's name
A brown cane was glittering
It was not in vain
He picked up the cane
Of his shepherd friend
And ran through fields of grain
Of that mysterious land
To the village he went back
Told the people to come with him
He put a necklace in his neck
They went searching for his friend unseen
Several hours have passed
Of the shepherd they saw no sign
But the flock was seen at last
Down in the hill, right before nine
They kept searching for the man
That dark night no rest they had
Nor they shall weep again
When the shepherd's friend goes to bed.
N. Afonso
A man went strolling
Through green hills unknown
He saw a black snake crawling
And found himself alone
A strange voice was whispering
His best friend's name
A brown cane was glittering
It was not in vain
He picked up the cane
Of his shepherd friend
And ran through fields of grain
Of that mysterious land
To the village he went back
Told the people to come with him
He put a necklace in his neck
They went searching for his friend unseen
Several hours have passed
Of the shepherd they saw no sign
But the flock was seen at last
Down in the hill, right before nine
They kept searching for the man
That dark night no rest they had
Nor they shall weep again
When the shepherd's friend goes to bed.
N. Afonso
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
''Os nossos políticos não são gente''
'' Os nossos políticos não são gente. Nenhum deles mostra ter tido na sua vida uma daquelas crises espirituais donde se emerge talvez ferido para sempre, mas psiquicamente homem, personalidade espiritual. '' (Fernando Pessoa, fragmentos da 'Carta a um herói estúpido'.)
terça-feira, 6 de agosto de 2013
'' Nada de comissões''
Vidas(III)
'' Num esconso onde me fecharam aos doze anos conheci o mundo, ilustrei a comédia humana. Num celeiro aprendi história. Numa gala nocturna duma cidade do Norte, vi todas as mulheres dos antigos pintores. Numa velha passagem de Paris ensinaram-me as ciências clássicas. Numa incursão magnífica, assistido por todo o Oriente, completei minha obra imensa e fiz a minha insigne retirada. Fermentei o meu sangue. Fui-me restituído. Que de tudo isto nem a ideia fique. Sou realmente de além túmulo, e nada de comissões.'' (Jean- Arthur Rimbaud, Vidas(III), in '' Iluminações/Uma cerveja no inferno'', Assírio&Alvim, 2007, tradução de Mário Cesariny)
sábado, 20 de julho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
No meio de nós
No meio de nós
No meio de nós há muros e barreiras
Palavras artificiais e gestos inúteis
Circunspectos olhares e troça
Paredes de cal que nos separarm,
Grinaldas de flores e cactos verdejantes
Sorrisos cúmplices e complacentes,
Mãos enlameadas que se tocam
Na envolvente penumbra da noite
Silêncios que perduram no tempo,
Desfaçatez iníqua que se infiltra
Pelas vidraças enquanto o vento sopra
Entre nós há destroços que se movem,
Hoje aqui e amanhã ali...
E não se esquece a pérfida monotonia
Que nos abate, implacavelmente
Nem o latir dos velhos cães
Nas ruas desertas e frias.
Resta um só segredo por contar,
Uma frágil narrativa que nos define.
N. Afonso
No meio de nós há muros e barreiras
Palavras artificiais e gestos inúteis
Circunspectos olhares e troça
Paredes de cal que nos separarm,
Grinaldas de flores e cactos verdejantes
Sorrisos cúmplices e complacentes,
Mãos enlameadas que se tocam
Na envolvente penumbra da noite
Silêncios que perduram no tempo,
Desfaçatez iníqua que se infiltra
Pelas vidraças enquanto o vento sopra
Entre nós há destroços que se movem,
Hoje aqui e amanhã ali...
E não se esquece a pérfida monotonia
Que nos abate, implacavelmente
Nem o latir dos velhos cães
Nas ruas desertas e frias.
Resta um só segredo por contar,
Uma frágil narrativa que nos define.
N. Afonso
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Yang e Yin
Yang e Yin
Sou o Sol radiante que anuncia o amanhecer,
Tu és a lua sombria na escuridão
Sou o fogo vermelho que te consome,
Tu a água fresca que tudo lava.
Sou o masculino imóvel que se move,
Aparente contradição sem o ser.
Tu és o feminino volátil que se abre.
Sou o dia claro que te envolve,
És a noite escura que assusta e atrai.
Sou o branco, tu és o negro.
Eu sou o Yang, tu és o Yin,
Os opostos que se completam.
N. Afonso
quarta-feira, 29 de maio de 2013
O ruído da cidade
O ruído da cidade
As ruas da cidade pejadas de escombros
Humanos! Ruínas de si próprios.
Aqui e ali, reluzem trémulas luzes,
Fugazes néons acendem-se e apagam-se
Na mais largas ruas e avenidas
O ruído é intenso e ensurdecedor:
Buzinas estridentes, barulhentas sirenes.
Invadem-te sons, cores e cheiros variadíssimos
A agitação é grande e sufoca-te
O ar poluído, as mentes dúbias,
Toda esta pressa que te esmaga.
Dizes: estará também Deus nestes lugares?
Segues em frente, não te deténs.
E partes, rumo a outras paragens.
Guiado por uma indizível melancolia
Dás por ti já noutro sítio, longe dali.
O céu está tingido de vermelho
Quando páras junto a um límpido riacho.
Estás só, tu e os teus pensamentos
Parece que tudo ficou para trás
E se desvaneceu num ápice.
Toda a dispersão, ansiedade e loucura.
Todos os nomes parecem um só,
Na face nítida do luar que te acolhe.
Duro, insondável, silencioso!
Uma fortaleza contra intrusos
Recolhes em ti mesmo e repousas
E já é dia quando regressas a casa...
N. Afonso
As ruas da cidade pejadas de escombros
Humanos! Ruínas de si próprios.
Aqui e ali, reluzem trémulas luzes,
Fugazes néons acendem-se e apagam-se
Na mais largas ruas e avenidas
O ruído é intenso e ensurdecedor:
Buzinas estridentes, barulhentas sirenes.
Invadem-te sons, cores e cheiros variadíssimos
A agitação é grande e sufoca-te
O ar poluído, as mentes dúbias,
Toda esta pressa que te esmaga.
Dizes: estará também Deus nestes lugares?
Segues em frente, não te deténs.
E partes, rumo a outras paragens.
Guiado por uma indizível melancolia
Dás por ti já noutro sítio, longe dali.
O céu está tingido de vermelho
Quando páras junto a um límpido riacho.
Estás só, tu e os teus pensamentos
Parece que tudo ficou para trás
E se desvaneceu num ápice.
Toda a dispersão, ansiedade e loucura.
Todos os nomes parecem um só,
Na face nítida do luar que te acolhe.
Duro, insondável, silencioso!
Uma fortaleza contra intrusos
Recolhes em ti mesmo e repousas
E já é dia quando regressas a casa...
N. Afonso
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Poema sem data
Poema sem data
Um poema não tem data,
É de ontem e de hoje.
Tem no futuro a sua morada
E no presente a sua espada.
N. Afonso
Um poema não tem data,
É de ontem e de hoje.
Tem no futuro a sua morada
E no presente a sua espada.
N. Afonso
domingo, 28 de abril de 2013
Cortejo de derrota
Cortejo de derrota
Passam e desfilam, como nas feiras
De si mesmo envaidecidos
São tantos nas suas fileiras
Multidões que enchem as ruas
Anoitece e eles continuam
Na marcha rumo ao abismo
Os seus egos inflamados
Pelos seus líderes enganados
Ofuscados pela espuma dos dias
Nos bastidores os seus guias
Neste cortejo de derrota
São os mestres da mentira
Barafustam, quais animais em fúria
Mas caminham sempre em frente
Chega a hora da batalha final
É um momento sem igual
Quando a vitória lhes escapa
Já é tarde para voltar atrás
Agora sabem que não podem vencer
Este combate que os desfaz
Os que manobram nos bastidores
Também os muitos do cortejo
Para longe são atirados
E impiedosamente derrotados
N. Afonso, 8.04.2013
Passam e desfilam, como nas feiras
De si mesmo envaidecidos
São tantos nas suas fileiras
Multidões que enchem as ruas
Anoitece e eles continuam
Na marcha rumo ao abismo
Os seus egos inflamados
Pelos seus líderes enganados
Ofuscados pela espuma dos dias
Nos bastidores os seus guias
Neste cortejo de derrota
São os mestres da mentira
Barafustam, quais animais em fúria
Mas caminham sempre em frente
Chega a hora da batalha final
É um momento sem igual
Quando a vitória lhes escapa
Já é tarde para voltar atrás
Agora sabem que não podem vencer
Este combate que os desfaz
Os que manobram nos bastidores
Também os muitos do cortejo
Para longe são atirados
E impiedosamente derrotados
N. Afonso, 8.04.2013
sábado, 20 de abril de 2013
Marcas do Tempo
Marcas do Tempo
As fendas que se abriram
Nessa velha muralha
Ruínas de uma fortaleza
Há muito abandonada
São as marcas do Tempo
Que ali parece haver parado
No alto dessa colina
De vistas amplas sobre o vale
Nessa terra desolada
Já se travaram grandes batalhas
Muitos exércitos dizimados
Por outros foram vencidos
Observa bem o que sobrevive
Dessas épocas remotas
Aí já não se ouvem
Os risos e gritos das gentes
Nem o bulício do mercado
A agitação das ruas
As armas dos guerreiros
Ou os passos do inimigo
Apenas restam os animais
As aves sobrevoam os céus
Azuis, limpos como antes
Mas as fontes não secaram
Os rios ainda correm
O Sol ainda brilha
As árvores ainda dão fruto
A natureza persiste
Quando tudo parece morrer
Pensas nesses tempos idos
Agarra o presente!
Pois é tudo o que tens.
N. Afonso, 3.01.2013
As fendas que se abriram
Nessa velha muralha
Ruínas de uma fortaleza
Há muito abandonada
São as marcas do Tempo
Que ali parece haver parado
No alto dessa colina
De vistas amplas sobre o vale
Nessa terra desolada
Já se travaram grandes batalhas
Muitos exércitos dizimados
Por outros foram vencidos
Observa bem o que sobrevive
Dessas épocas remotas
Aí já não se ouvem
Os risos e gritos das gentes
Nem o bulício do mercado
A agitação das ruas
As armas dos guerreiros
Ou os passos do inimigo
Apenas restam os animais
As aves sobrevoam os céus
Azuis, limpos como antes
Mas as fontes não secaram
Os rios ainda correm
O Sol ainda brilha
As árvores ainda dão fruto
A natureza persiste
Quando tudo parece morrer
Pensas nesses tempos idos
Agarra o presente!
Pois é tudo o que tens.
N. Afonso, 3.01.2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Roda da vida
Roda da vida
As peças estão todas dispersas
O puzzle inacabado
O enigma por resolver
A vida é como um jogo
Uma roleta que gira sem parar
Não sabes como termina
Nem como nem quando começou
Se é obra de um Deus maior
Mero fruto do acaso
Se a Ciência a pode explicar
Ou a Religião compreender
N. Afonso, 24.02.2013
As peças estão todas dispersas
O puzzle inacabado
O enigma por resolver
A vida é como um jogo
Uma roleta que gira sem parar
Não sabes como termina
Nem como nem quando começou
Se é obra de um Deus maior
Mero fruto do acaso
Se a Ciência a pode explicar
Ou a Religião compreender
N. Afonso, 24.02.2013
sábado, 6 de abril de 2013
O legado
O legado
O legado imaterial
Que te deixaram
Escondido sob imensas
Camadas de terra
Essa herança antiga
Que outrora pensavas
Estar perdida
Oculta num qualquer
Lugar remoto
Talvez morta, até
Há muito esquecida
Nas brumas do passado
Mas que agora reaparece
Tão viva no presente
Esse legado perene
Está agora nas tuas mãos
Porque é teu
E nunca deixou de ser
N. Afonso, 01.01.2013
O legado imaterial
Que te deixaram
Escondido sob imensas
Camadas de terra
Essa herança antiga
Que outrora pensavas
Estar perdida
Oculta num qualquer
Lugar remoto
Talvez morta, até
Há muito esquecida
Nas brumas do passado
Mas que agora reaparece
Tão viva no presente
Esse legado perene
Está agora nas tuas mãos
Porque é teu
E nunca deixou de ser
N. Afonso, 01.01.2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Solidão e decadência
Solidão e decadência
A ímpia devastação
Das coisas sagradas
Os símbolos desdenhados
Ou mal interpretados
O campo onde crescem
As sementes da perdição
O palco onde se exibem
Todos os vícios e aberrações
Tudo treme e ameaça ruir
Mentiras, meias verdades
Todo o género de maldades
Morre o que tantos estimavam
Como as verdades de outrora
O que ontem se disse
Hoje já nada vale
O que hoje se escreve
Amanhã já nada conta
As promessas feitas
Que não podem ser cumpridas
As lágrimas de crocodilo
Derramadas na praça pública
Os aplausos fingidos
Dos bajuladores
A solidão solene
Da incompreensão
A voz inaudível
Que nos sussurra
A verdade que habita
No labirinto interior
Do nosso ser
N. Afonso, 24.02.2013
A ímpia devastação
Das coisas sagradas
Os símbolos desdenhados
Ou mal interpretados
O campo onde crescem
As sementes da perdição
O palco onde se exibem
Todos os vícios e aberrações
Tudo treme e ameaça ruir
Mentiras, meias verdades
Todo o género de maldades
Morre o que tantos estimavam
Como as verdades de outrora
O que ontem se disse
Hoje já nada vale
O que hoje se escreve
Amanhã já nada conta
As promessas feitas
Que não podem ser cumpridas
As lágrimas de crocodilo
Derramadas na praça pública
Os aplausos fingidos
Dos bajuladores
A solidão solene
Da incompreensão
A voz inaudível
Que nos sussurra
A verdade que habita
No labirinto interior
Do nosso ser
N. Afonso, 24.02.2013
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