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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Orwell e a falsificação da História







'' Sei que se tornou moda dizer que a maior parte da História registada é mentira. Estou pronto a acreditar que a História, na sua maior parte, se apresenta inexacta e tendenciosa; mas aquilo que é peculiar ao nosso tempo é o abandono da ideia de que a História poderia ser escrita com verdade. No passado, as pessoas mentiam deliberadamente, ou coloriam inconscientemente aquilo que escreviam, ou lutavam pela verdade com a certeza de cometerem bastantes erros; mas faziam tudo isto sabendo que os factos existiam e que era possível descobri-los. Na prática, havia sempre uma massa factual com a qual quase todas as pessoas concordavam. É justamente esta base comum de acordo, da qual decorre que todos os seres humanos são uma única espécie animal, que o totalitarismo destrói. O desígnio resultante desta forma de pensar é um mundo em que o Chefe, ou uma qualquer súcia governante, supervisa não apenas o futuro mas também o passado. Esta prospectiva assusta-me muito mais do que as bombas- e depois das nossas experiências dos últimos anos, não se trata aqui de uma afirmação gratuita.''
(George Orwell, 1942)

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