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sábado, 29 de junho de 2013

No meio de nós

No meio de nós

No meio de nós há muros e barreiras
Palavras artificiais e gestos inúteis

Circunspectos olhares e troça
Paredes de cal que nos separarm,
Grinaldas de flores e cactos verdejantes

Sorrisos cúmplices e complacentes,
Mãos enlameadas que se tocam
Na envolvente penumbra da noite

Silêncios que perduram no tempo,
Desfaçatez iníqua que se infiltra
Pelas vidraças enquanto o vento sopra

Entre nós há destroços que se movem,
Hoje aqui e amanhã ali...

E não se esquece a pérfida monotonia
Que nos abate, implacavelmente
Nem o latir dos velhos cães
Nas ruas desertas e frias.

Resta um só segredo por contar,
Uma frágil narrativa que nos define.

N. Afonso


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