Solidão e decadência
A ímpia devastação
Das coisas sagradas
Os símbolos desdenhados
Ou mal interpretados
O campo onde crescem
As sementes da perdição
O palco onde se exibem
Todos os vícios e aberrações
Tudo treme e ameaça ruir
Mentiras, meias verdades
Todo o género de maldades
Morre o que tantos estimavam
Como as verdades de outrora
O que ontem se disse
Hoje já nada vale
O que hoje se escreve
Amanhã já nada conta
As promessas feitas
Que não podem ser cumpridas
As lágrimas de crocodilo
Derramadas na praça pública
Os aplausos fingidos
Dos bajuladores
A solidão solene
Da incompreensão
A voz inaudível
Que nos sussurra
A verdade que habita
No labirinto interior
Do nosso ser
N. Afonso, 24.02.2013
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