Mercados e mercadores
Dançam cisnes no lago
Ao som de uma celestial melodia
Negoceiam os mercadores ao longe
Perde-se o rasto ao dia
Onde estão agora os deuses,
Mitos, rituais e sacrifícios?
Chegaram há muito os vendilhões
Da honra e da coisa pública
Mercado é palavra santa
Na boca hipócrita dos que a veneram
É falsa a moralidade burguesa
Nos templos há muito instalada
Tudo é para vender:
Pátrias, terras, ilusões
Povos, dignidade e acções
É o modo liberal de viver
A idolatria do vil metal
Desfaz sonhos e esperanças
A ganância não tem igual
Haja ouro nas suas lembranças
N. Afonso, 20.10.2012
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