Faina interior
Sussurras-me uns versos suaves
Mas já cá não estás
Quando o Inverno chegar
Partes no comboio da madrugada
Atracam os barcos no cais
Perdem-se uns homens no mar
Um dia, outros no seu lugar,
Lançarão também as redes
Em busca de peixe
Nesse mar profundo e escuro
A noite é longa e fria
A vida é breve e tensa
As ondas levam e trazem
A memória é um arquivo interior
Repleto de viagens inacabadas
O teu regresso está próximo
O caminho de volta
É perigoso, lento mas valioso
Avisto o teu vulto ao longe
Chegas e ficas. É isto. Permanecemos.
N. Afonso, 20.10.2012
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