Lugar da memória
No velho átrio da nossa mente
Repousam os escombros
De certas memórias
Erguem-se lentamente
São estátuas de mármore
Esculpidas num mar vítreo
Soberanas, primevas e silentes
Latentes, talvez até adormecidas
Despertarão um dia, audaciosas
Lembrando gatos imprevisíveis
Para saltarem sobre nós, múltiplas
Variegadas, martelando incessantemente
Em dias de tormenta ou mesmo
Nos de plena tranquilidade,
Em terra e junto ao mar,
Na vastidão do eu
Elas dormem e mais tarde acordam
Por vezes parecem morrer
Mas sempre ressuscitam.
Artur Granja/N. Afonso
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