O Renascer Europeu, por Pierre Krebs (tradução minha)
'' Um Marxista Italiano, Antonio Gramsci, foi o primeiro a compreender que o Estado não está confinado a um mecanismo político. De facto, ele afirmou que o mecanismo político é paralelo ao chamado mecanismo civil. Por outras palavras, cada mecanismo político é reforçado por um consenso civil, o suporte psicológico das massas.
Este suporte psicológico expressa-se por meio de um consenso ao nível da cultura, visão do mundo e ethos. De modo a existir, o poder político está assim dependente de um poder cultural difuso no interior das massas. Na base desta análise, Gramsci compreendeu porque os Marxistas não conseguiam tomar o poder nas democracias burguesas: eles não possuiam poder cultural.
Para ser exacto, é impossível derrubar uma máquina política sem previamente controlar o poder cultural. Em primeiro lugar, deve ser ganha a aprovação do povo: as suas ideias, ethos, modos de pensar, sistema de valores, arte e educação têm de ser trabalhados e modificados. Apenas quando as pessoas sentem necessidade de mudança como uma necessidade evidente por si mesma irá o poder político existente, agora afastado do consenso geral, começar a desmoronar-se e ser derrubado.
A metapolítica pode ser vista como a guerra revolucionária travada ao nível de visões do mundo, modos de pensar e cultura.
É precisamente o nível metapolítico que é o nosso ponto de partida. Queremos assumir os laboratórios do pensamento. Consequentemente, a nossa tarefa é a oposição ao ethos igualitário e ao pensamento igualitário sócio-económico com uma cosmovisão baseada na diferenciação: isto significa uma ética e uma teoria sócio-económica que respeita o direito a ser diferente. Queremos criar o sistema de valores e atitudes necessários para ganhar o controlo do poder cultural.
A nossa estratégia não é ditada nem pelas contingências imediatas da realidade nem pelas agitações superficiais da vida política. Não estamos interessados em facções políticas mas em atitudes perante a vida. Os comentadores continuarão a escrever artigos irrelevantes classificando-nos de '' Nova Direita '' mas também de '' esquerdistas ''. Tais termos são patéticos e deixam-nos indiferentes, porque nem a direita nem a esquerda são as nossas preocupações. Apenas nos interessamos pelas atitudes básicas que as pessoas têm perante a vida. E todos aqueles que estão conscientes quer do perigo Americano quer do Soviético, que entendem a necessidade absoluta do renascimento cultural da Europa, como o anunciador do seu despertar político, que se sentem enraízados num povo e num destino, são nossos amigos e aliados, independentemente das suas visões políticas e ideológicas. O que nos motiva e aquilo porque nos esforçamos não pode ser acomodado dentro das actividades de um partido politico, mas - e insistimos neste ponto - somente dentro do quadro de um projecto metapolítico, exclusivamente cultural. Um programa que fixa novamente para nos tornar conscientes da nossa identidade por meio do despertar da memória do nosso futuro, tal como era. Desta forma, visamos preparar o terreno para aquilo que está para vir.
Definimos o nosso programa como o renascer total da Europa. Também estabelecemos a estratégia para concretizar este projecto: metapolítica e guerra cultural. Ainda temos de considerar a base e o quadro material dentro dos quais este programa pode ser levado a cabo: o Seminário de Thule, uma Nova Escola de cultura Europeia.
A tragédia do mundo contemporâneo é a tragédia da deslealdade: o desenraízamento de todas as culturas, o afastamento das nossas verdadeiras naturezas, a atomização do homem, o nivelar dos valores, a uniformidade da vida. Um compromisso exaustivo e crítico com o conhecimento moderno - da filosofia à etologia, da antropologia à sociologia, das ciências naturais à história e à teoria da educação - se executado com o adequado rigor intelectual e parecer metodologia empírica, pode somente contribuir para lançar luz sobre a confusão geral do mundo. É com tais considerações fundamentais que o Seminário de Thule se preocupa. Aberto à vida intelectual e espiritual da nossa época, ainda que crítico de todos os dogmas ideológicos, a sua investigação é baseada num sentido de compromisso com a cultura ocidental. O Seminário de Thule preocupa-se em clarificar as questões básicas no coração do movimento de ideias, em redifinir os conceitos culturais essenciais e a descoberta de novas alternativas aos problemas centrais da época. O Seminário de Thule proclama uma Europa Europeia que tem de se tornar consciente da sua identidade e do seu destino. ''
Fonte: Die Europaeische Wiedergeburt( Grabert, Tubingen, 1982; 82-6, 89)
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