Erosão e união
Picam como cactos
Nas tuas mãos
As palavras ditas
E os gestos disfarçados
As linhas escritas
E os longos silêncios
Congelados por nós
Num ápice revelados
O receptáculo da dor
Essa tua pele fria
Agora enrugada
Pela erosão do tempo
A vida e a morte
Consumidas pela mesma chama
O hoje e o amanhã
Fundidos num só momento
O dia e a noite entrelaçados
O céu e a terra casados
Não olhes para trás
Ou ainda te convertes
Numa estátua de sal
N. Afonso, 13.09.2012
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