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sábado, 24 de maio de 2014

Antes do fim

Antes do fim

Vede: agora dominam os insurrectos!
Com desmedida empáfia
Escarnecem da vida e da morte
Do alto das suas solenes cátedras
Num ímpeto criador
Eu, como um falcão,
Lanço-me em vôo picado
Sobre os conceitos imutáveis
Que o Tempo ainda não manchou
Olho as cidades em cinza, ideias-brasa
Já antes purificadas pelo fogo
Escuta -este silêncio que te fala-
Penetro na noite como
Um ladrão furtivo
As tuas mãos macias e sedosas
Acariciam os meus cabelos
E dardejantes pedaços de gelo
Desfazem-se de encontro
Aos meus ígneos lábios
Por fim, os caminhantes encontram-se
Naquele ermo lugar
Onde não há mais medo
Temor, ira ou impotência
Aí jazem felizes os ousados
Tranquilamente e sem alarido
Ou qualquer outro resquício
De humanos atributos.

Artur Granja/N. Afonso

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