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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Rosa mutável






Rosa mutável

''Ao abrir pela manhã
rubra como sangue está.
O orvalho não a toca
com medo de se queimar.
Aberta à luz do meio-dia
é dura como um coral.
O sol assoma nos vidros
só para a ver fulgurar.
quando nos ramos começam
os pássaros a cantar
e quando a tarde desmaia
nas violetas do mar,
torna-se branca, tão branca
como uma face de sal.
E logo que a noite toca
brando corno de metal
e as estrelas avançam
enquanto se esconde o ar,
no risco fino da sombra
começa-se a desfolhar.''
(Federico García Lorca, 'Poemas', Assírio&Alvim, Lisboa, 2013)

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