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sábado, 30 de junho de 2012

' Deve ser o último tempo '



' Deve ser o último tempo '

Deve ser o último tempo
A chuva definitiva sobre o último animal nos pastos
O cadáver onde a aranha decide o círculo.
Deve ser o último degrau na escada de Jacob
E o último sonho nele
Deve ser-lhe a última dor no quadril.
Deve ser o mendigo à minha porta
E a casa posta à venda.
Devo ser o chão que me recebe
E a árvore que me planta.
Em silêncio e devagar no escuro
Deve ser a véspera. Devo ser o sal
Voltado para trás.
Ou a pergunta na hora de partir.

Daniel Faria, Explicação das Árvores e de Outros Animais(1998)







quarta-feira, 27 de junho de 2012

Auspícios

Auspícios


Do solo brotam flores
E espinhos da tua pele
Caminhas ao pôr-do-sol
És o poente na minha alma

Das nuvens sobre o deserto
Caem gotas de vitalidade
Na planície dos teus cabelos
Mora um raio de liberdade

N. Afonso, 9.04.2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

Discutindo a Raça num Mundo Global (Cont.)

Discutindo a Raça num Mundo Global, por Welf Herfurth (Parte II)

É óbvio que o que é diferente muitas vezes tem o apelo do exótico e não podemos prevenir a mistura de raças em pequena escala. Também em certos lugares em diferentes tempos isto ocorreu de um modo visível, com forças culturais e históricas a actuarem de modo a produzirem novos resultados a longo termo. 
  Não sei se existe um plano para encorajar o resultado de um mundo único. Pode ser a ingenuidade, estupidez ou ganância das pessoas que encorajam esta visão. No entanto, sou levado a pensar que há um encorajamento de liberais ocidentais, capitalistas de todas as cores, alguns teólogos e outros para ser criado um ' mundo único '. Renovadores do mundo de todas as espécies e os tão chamados liberais promovem a ideia de que a diversidade é um vazio fastidioso. Eu atacaria esta espécie de ' visão ' e preferiria as diferenças raciais e a diversidade. E argumentaria que não ' gravitamos naturalmente ' em direcção à Grande Raça Parda, mas estamos de facto a ser colonizados. 
  Sei que na actual sociedade ocidental discutir a raça é como pisar um solo perigoso e viscoso. Mas estou disposto a fazê-lo. Acredito que a sobrevivência das diferentes raças e culturas é tão importante como a sobrevivência da baleia, elefantes e diferentes aves. É um objectivo respeitável se for mantido como uma celebração da diversidade tão essencial ao progresso humano global. Ainda somos uma família.
  Para manter um tal objectivo, repudiaria qualquer noção de que uma raça é melhor do que outra numa hierarquia organizada do melhor para o pior. É precisamente poque as raças têm diferentes capacidades e aptidões e possivelmente défices que isto não pode ser feito. Resta-me dizer que as raças são iguais mas não são a mesma coisa. Podemos e devemos aceitar que estas diferenças estão gravadas nas nossas culturas. As nossas culturas são as janelas para as nossas almas. Elas definem cada uma das raças, cada um dos sub-tipos, cada um dos povos. Estas culturas são tesouros. Podem ser apreciadas por cada um dos tipos humanos, mas apenas são totalmente vividas e apreciadas somente pelo seu grupo criador. Obviamente que uma raça ou uma nação tem o direito de conservar a cultura e identidade da sua nação no seu próprio país. Onde está a afirmação de arrogância própria nisso? Se uma raça ou outro grupo é possuidor/a de uma cultura tem o direito de preferir conservá-la.
  Podemos ter um mundo de povos em zonas definíveis como alternativa à Nova Ordem Mundial de caos e destruição? Talvez esta seja a máxima expressão do meu argumento! Mas o plano dos liberais políticos, dos mass média e da indústria do entertenimento é promover o multiculturalismo (que na minha opinião é na verdade, monocultura liberal) nas sociedades ocidentais e vai, de facto, destruir as culturas europeias. Contudo, o modelo deles está ser cada vez mais imposto a outros povos como parte do imperialismo da Nova Ordem Mudial. É um imperialismo estranho que chega a despojar o conquistado da sua cultura e depois a diluir os seus destroços com os destroços dos outros. Agrada-me observar que muita gente se ergue agora contra este modelo. 
  Sempre gostei de viajar e ver o mundo. Dá-me o sentimento de estar vivo e de interagir com pessoas e lugares. Nunca entenderei como as pessoas podem viver num lugar e somente num lugar e pensarem que vivem no ' melhor lugar da terra '. Cada terra pode ser um grande país mas não existe tal coisa como o ' melhor lugar '. Semelhantemente, podemos descartar a ideia da melhor raça. Num mundo que parece estar a perder o seu rumo e caminhar para o conflito, deveríamos procurar as causas. Elas não estão apenas nas rivalidades de raças, nem esta espécie de rivalidade levou o mundo humano à beira da destruição. Olharmos para trás para a história, certamente envolveu conflitos de raças e povos e actos iníquos. No entanto, o passado também possuía um princípio de diversidade como sendo essencial ao progresso global. Quaisquer que fossem as diferenças, e as disputas que produzissem, havia entre todos a ideia de uma certa segurança nos acordos. Isto é agora desafiado pelo falso anti-racismo de um mundo único. 
  Deixem-nos discutir a raça. Deixem-nos ver se a defesa da raça oferece um desafio para o chamado mundo único. É uma boa maneira de começar. Se gostamos dos frutos desta discussão, podemos levá-la mais longe. Pode ser a ideia revolucionária a levantar contra a uniformidade, conformidade, a monotonia, o destrutivo e a globalização.
                                               Somos todos iguais, mas não somos o mesmo.

domingo, 24 de junho de 2012

Discutindo a Raça num Mundo Global

Discutindo a Raça num Mundo Global , por Welf Herfurth (Tradução minha)

O tema da raça e diferença racial é algo que muita gente evita. Alguns consideram isso maus modos ou algo de indelicado. Outros dizem que é ofensivo e que a sua discussão devia ser proibida por lei. Em relação a isso chegam ao ponto de negar a existência de raças, afirmando as mais variadas teorias religiosas, filosóficas, científicas e morais em apoio da tese. Algumas pessoas poderão concluir que as raças existem de um modo limitado e quase sem sentido e que por razões 'humanas-universalistas' elas devem ser abolidas.
  Obviamente que há pessoas - em todas as raças - que acreditam que a sua particular origem as torna sábias, boas ou superiores. O facto que existam este tipo de seres humanos pode condicionar as atitudes daqueles que promovem o assunto não nos confundirem mais. Por vezes este grupo é totalmente ofensivo e alguns entre eles têm uma constituição mental genocida. Apesar disso, isso não torna inválida a existência de raças enquanto tais. Os antigos Chineses que se referiam a outros como bárbaros ou o Hitleriano que se refugiou numa falsa estética ou o Judeu Sionista que acredita que alguns povos são entidades inferiores são usados por muitos como desculpas para se recusarem tomar em consideração qualquer teoria da raça que proclame uma virtude na sua existência.
  Não tenho medo de discutir a raça. Porque estou preparado para aceitar que as raças existem, por isso digo: ' De onde vieram? O que é que isso significa?'
  Considero raça e espécies coisas diferentes. Claro que concordo que os humanos como todo são uma espécie, mas dentro da família temos raças diferentes. É como no mundo animal. Temos cães, gatos, baleias, veados, etc., mas dentro de cada 'espécie' temos diferentes raças. Pode ser uma descrição simplista mas vejam os tipos de cães. Temos o Pastor-Alemão, Schnauzer, Fox-Terrier, etc. São todos cães, mas são diferentes - em aparência, tamanho e temperamento. podem procriar entre eles, se vocês desejarem, mas o sentido de individualidade pode perder-se. Na minha opinião, acontece o mesmo com os humanos. Caminhamos todos sobre duas pernas; temos uma cabeça, braços e pernas. Pensamos, temos necessidades e precisamos de amar e ser amados. Comunicamos uns com os outros e sempre nos vimos a nós próprios relacionados uns com os outros. Não temos dúvidas de que somos, contudo, 'animais' muito especiais ( reparo que pode haver uma certa oposição religiosa ao aplicar este termo, mas a minha intenção rapidamente se tornará clara). Essencialmente, temos consciência de nós próprios. Os filósofos debateram durante muito tempo essa noção. É a capacidade de pensar em termos 'superiores', termos morais, distinguir quereres e necessidades, regular impulsos, de agir socialmente que torna a espécie humana especial. Porque deveríamos ficar surpreendidos se a natureza equipou cada uma das raças de modo ligeiramente diferente?
  Notamos grandes diferenças entre as diferentes raças. Não apenas a cor da pele, mas também o modo como agimos em diferentes situações e as nossas capacidades físicas. A raça Negróide é geralmente uma raça mais física do que a Asiática e 'Indiana' ou Europeia ou Semita. Tem conhecidas capacidades em certos desportos e nas canções, no trabalho físico e na resistência à dor. Por outro lado, alguns grupos Asiáticos, têm um Q.I. mais elevado do que o homem branco para o refinamento da vida e da cultura. Os Esquimós superam os outros em Q.I., mas os grupos negros parecem ficar no fundo da tabela. Por conseguinte, o homem branco é mais prático e científico. Os grupos Semíticos têm a capacidade de formar intrincados sistemas religiosos e místicos Gnósticos. Nalguns aspectos, cada um é melhor do que o outro e noutros pior.
  Há também diferenças dentro das raças por meio das quais cada uma pode ser dividida em vários sub-grupos. Basta olharmos para os Europeus. São 'brancos', mas o Italianos são diferentes dos Suecos, os Alemães são cultural e temperamentalmente diferentes dos Russos. Mas esta diferença é primeiramente baseada nos seus hábitos, cuja influência vem do meio onde vivem. Há também certas variações anatómicas.
Suponho que podemos aplicar esse princípio à raça Asiática. Os Japoneses são mais 'claros' do que os Vietnamitas; os Chineses Han têm constituição mais robusta do que os Tailandeses. E por aí fora.
  Esta incrível diferença entre raças e as variações dentro delas é uma coisa natural. Podemos dizer que Deus fez com que assim fosse (se temos uma visão religiosa) ou podemos dizer que foi obra da natureza (se formos evolucionistas) . De qualquer dos modos, é um facto da existência. Parece ser um facto assombroso.
As diferenças na humanidade não podem ser uma coisa censurável mas apenas aceite. Uma vez aceites, devemos celebrá-las. Atrever-me ia a dizer que uma discussão adequada da existência da raça implica uma revolução na filosofia do politicamente correcto.
  Quando viajo, atravesso uma fronteira e entro instantaneamente num mundo diferente. Ir apenas da Alemanha à Suíça é espantoso. A paisagem pode ser a mesma, como a arquitectura, mas as pessoas e as culturas são diferentes. E é isso que eu gostaria de preservar. Olhem para a Europa actual. Temos tantas outras raças a viver em Inglaterra que mais de metade de Londres não é branca. Se formos a alguns países no mundo Árabe, pensamos estar no Paquistão. Se formos à Índia, encontramos pessoas que querem ser Americanas a falar somente em Inglês. Que efeito tem toda esta pseudo-globaização na economia deste país? E como fica a sobrevivência do património dos povos nativos? Sou Alemão, mas não ficaria ofendido se pessoas num país Africano ficassem incomodadas com demasiados turistas nossos ou homens de negócios tornando-se pragas de si próprios. Não me ofende como 'homem branco'  saber que os Malaios pintaram grandes slogans nos anos 50 que diziam: ' Britânicos, vão para casa!' Também não fiquei chateado quando a Líbia mandou para casa muitos dos seus trabalhadores de fora ou quando a Nigéria mandou embora os seus imigrantes ilegais. Nem fico ofendido quando um Islandês pergunta porque precisam de Indianos no seu país. Parece que se cada um estivesse no seu sítio, sendo si mesmo, haveria menos tensão e mais respeito?
  Onde acaba toda esta pressão para 'um único mundo'? Imaginem se todas as pessoas do mundo ficassem da cor do chocolate, com cabelo e olhos escuros? Sem mais Asiáticos, Africanos, Europeus ou Indianos. Assumamos então que não haveria mais diversidade racial entre as pessoas. Assumamos que poderíamos ensinar uma língua, usar um sistema monetário, quebrar as barreiras e fronteiras e viver num enorme mercado. Onde estaria o benefício? Pensamos mesmo que isso em si mesmo formaria uma melhor humanidade ou um mundo mais harmonioso, próspero ou cultural? E, obviamente, podemos assumir que se colocássemos a humanidade numa misturadora essa diferenciação não reapareceria, numa nova forma talvez, mas que ainda funcionasse nos assuntos humanos?

sábado, 23 de junho de 2012

Saqueadores

Saqueadores


Atravessam mares e continentes
Em busca de novos proveitos
Causam a morte e a destruição
Às leis humanas não estão sujeitos

Em nome da paz e liberdade
Da tolerância e democracia
Levam a guerra a toda a parte
É a Nova Ordem que se anuncia

Devastam cidades e aldeias
Constroem muros e barreiras
Lançam bombas, saqueiam a Terra
A ganância não tem fronteiras

Democratas e ditadores
Em cumplicidades obscenas
Partilham repastos e honrarias
A discórdia irrompe, há problemas

A arma dos banqueiros
É usura desmedida
As notícias dos jornalistas
Manipulação consentida

Políticos e magnatas
Aliados e cleptocratas
Os corruptos andam a monte
Governo Mundial no horizonte

N. Afonso, 15.06.2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Antimoderno

Antimoderno


O Homem moderno
Da Natureza afastado
Não tem Deus ou sequer Lei
Crê que viver é um fardo

N. Afonso, 9.06.2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Foi a Revolução Francesa uma vingança dos Templários?



Foi a Revolução Francesa uma vingança dos Templários?, por Julius Evola

'' Escreveu-se muito a respeito da Revolução Francesa e sobre a causa que a originou; habitualmente reconhece-se o papel que, pelo menos como preparação intelectual, tiveram certas sociedades secretas e especialmente a dos denominados Iluminados. Uma tese específica e mais avançada é aquela que a tal respeito sustenta que a Revolução Francesa tenha representado uma vingança dos Templários. Já num período extremamente próximo àquela revolução apareceu uma ideia semelhante. Seguidamente De Guaita haveria de retomá-la e aprofundá-la.
  A destruição da Ordem dos Cavaleiros Templários foi um dos acontecimentos mais trágicos e misteriosos da Idade Média. Os Templários eram uma Ordem cruzada de carácter tanto ascético como guerreiro, fundada em 1118 por Hugues de Paiyns. Exaltada por S.Bernardo na sua De Laude Novae Militiae, haveria de tornar-se rapidamente numa das ordens cavalheirescas mais ricas e poderosas. De forma improvisada em 1307, a mesma foi acusada pela Inquisição. A iniciativa partiu essencialmente de uma figura sinistra de soberano, Filipe O Belo de França, que impôs a sua vontade ao débil Papa Clemente V, conseguindo para si as grandes riquezas da Ordem. Acusava-se os Templários de professarem só em aparência a fé cristã, de terem um culto secreto e uma iniciação alheia ao cristianismo e até mesmo anti-cristã. Como foram as coisas verdadeiramente é algo que não se pôde nunca saber com exactidão. De qualquer forma o processo concluiu com uma condenação: a Ordem foi dissolvida, a maior parte dos Templários foi massacrada e terminou na fogueira. Foi queimado também o Grão-Mestre, Jacques de Molay. Este justamente na fogueira profetizou os dias da morte dos responsáveis da destruição da Ordem, do rei e do pontífice. Filipe O Belo e Clemente V haveriam de morrer exactamente dentro dos termos profetizados pelo Grão-Mestre Templário para apresentar-se perante o tribunal divino. Diz-se que alguns Templários que se salvaram do massacre se refugiaram na corte de Robert Bruce, Rei da Escócia, e que se integraram em certas sociedades secretas preexistentes. De qualquer modo, de acordo com a tese mencionada ao início, certas derivações dos Templários teriam continuado de maneira subterrânea até ao próprio período da Revolução Francesa e teriam preparado, como uma verdadeira vingança, a queda da casa de França. Que algumas sociedades secretas se tivessem organizado para fins revolucionários, isso é algo desvelado pela investigaçao histórica. Uma mera casualidade - o facto de que um correio das mesmas fosse abatido por um raio - permitiu descobrir documentos dos Iluminados que continham planos revolucionários. Mais importante ainda foi a reunião secreta que se realizou em Frankfurt em 1780. Foi descrita de maneira novelesca por Alexandre Dumas no seu famoso livro Joseph Balsamo, onde seguramente se serviu dos apontamentos, publicados em Itália em 1790 e em França em 1791, do processo realizado pelo Santo Ofício a este misterioso personagem conhecido pelo nome de Cagliostro. Na sua exposição Cagliostro fala daquela reunião, faz menção aos Templários, diz que os convocados se comprometeram a derrubar a casa de França; que logo após a queda desta monarquia a sua acção haveria de dirigir-se para Itália tendo em mira particularmente Roma, sede do Papado.
  A tudo isto devem juntar-se as revelações feitas em 1796 por parte de Gassicourt num livro sumamente raro, Le Tombeau de Jacques Molay. No mesmo sustenta-se que '' os feitos da Revolução Francesa têm um signo Templário ''. Segundo o autor o próprio nome dos Jacobinos - ou seja, os principais promotores da Revolução - viria do Grão-Mestre Templário, Jacques de Molay, e não, como geralmente se crê, da igreja de religiosos jacobinos, lugar de reunião que a organização secreta tinha escolhido por mera casualidade. E a consigna da seita, que seria mantida sucessivamente em altos graus de associações similares, compunha-se das iniciais do nome completo do Grão-Mestre Templário.
  Outra circunstância estranha e significativa está representada pela escolha do lugar onde foi mantido prisioneiro o último rei de França, Luís XVI; lugar que só abandonaria no momento de subir ao patíbulo. Ainda que a Assembleia Nacional lhe houvesse destinado como cárcere um local do palácio do Luxemburgo, ele foi encerrado no Templo, ou seja, na sede dos Templários de Paris: quase como símbolo da vingança que golpeava, na pessoa do seu último descendente, a dinastia culpada da destruição da Ordem, no lugar que a mesma tinha ocupado.
  São também mencionados outros elementos como apoio de tal tese. Naturalmente, uma investigação que, como esta, assenta sobre o que se desenrolou na sombra, por detrás dos bastidores da história conhecida, encontra dificuldades particulares. No caso específico, ainda admitindo todos os indícios, ficaria por verificar se existiu uma continuidade entre os agentes revolucionários em torno de '89 e os verdadeiros Templários medievais, podendo também ser que os primeiros tenham tomado dos segundos apenas o nome, ainda que pelo contrário tenham obedecido a forças obscuras de um tipo muito diferente. De qualquer modo a hipótese aqui assinalada é conhecida por parte daqueles que se debruçam sobre o que bem poderia ser denominada como a dimensão em profundidade da história. ''

Publicado no Boletim Evoliano #10- Mai-Ago.2010

domingo, 10 de junho de 2012

A Suástica



A Suástica, por René Guénon (Tradução minha)


'' Uma das formas mais relevantes do que chamámos cruz horizontal, isto é, a cruz traçada no plano em que representa um determinado estado de existência, é a figura da suástica, que parece relacionar-se directamente com a Tradição Primordial, já que se encontra entre os mais diferentes e afastados países, e desde as épocas mais remotas; longe de ser um símbolo exclusivamente oriental, como por vezes se pensa, é um dos que estão mais espalhados desde o Extremo Oriente ao Extremo Ocidente, pois até se encontra entre alguns povos indígenas da América. É certo que na actualidade se conserva sobretudo na Índia e Ásia central e oriental, e que talvez só nestas regiões se conhece o seu significado, mas no entanto, na própria Europa não desapareceu por completo. Na Antiguidade encontramos este símbolo particularmente entre os Celtas e na Grécia pré-helénica; também no Ocidente foi na Antiguidade um dos emblemas de Cristo e perdurou como tal até finais da Idade Média.
  Dissemos noutra parte que a suástica é, essencialmente, o 'signo do pólo'; se a comparamos com a figura da cruz inscrita numa circunferência, facilmente nos damos conta de que se trata, no fundo, de dois símbolos de certo modo equivalentes; a rotação em redor do centro fixo, em vez de estar representada pelo traçado da circunferência, na suástica apenas está indicada pelas linhas acrescentadas aos extremos dos braços da cruz, que formam com estes ângulos rectos; estas linhas são tangentes à circunferência e indicam a direcção do movimento nos pontos correspondentes. Como a circunferência representa o mundo manifestado, o facto de que esteja implícita indica claramente que a suástica não é uma imagem do mundo, mas da acção do Princípio em relação ao mundo.
  Se relacionamos a suástica com a rotação de uma esfera, com a esfera celeste em volta do seu eixo, supor-se-á traçada no plano equatorial e o ponto central será, como já explicámos, a projecção do eixo perpendicular a este plano. Em relação ao sentido da rotação indicado pela figura, a sua importância é apenas secundária e não afecta o significado geral do símbolo; de facto, podem encontrar-se as duas formas, indicando uma rotação da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, e sem que isso suponha sempre a intenção de indicar uma qualquer oposição entre elas. Se é certo que, em alguns países e e em certas épocas, se produziram cismas em relação à tradição ortodoxa, cujos partidários quiseram voluntariamente dar à figura uma orientação contrária à usual no meio de que se separaram, para afirmarem o seu antagonismo por meio de uma manifestação externa, isso não afecta de modo nenhum o seu significado essencial que continua a ser o mesmo.
  Por outro lado, por vezes encontram-se associadas as duas formas; neste caso podemos considerar que representam uma mesma rotação vista dos dois pólos ao mesmo tempo; isto relaciona-se com o simbolismo muito complexo dos dois hemisférios, que não nos é possível abordar aqui.
  Nem sequer podemos pretender desenvolver todas as considerações que o simbolismo da suástica pode causar, as quais, por outra parte, não se relacionam directamente com o objetco do presente estudo; mas não nos foi possível silenciar esta especial forma de cruz, devido à sua considerável importância do ponto de vista tradicional; por isso, cremos que foi necessário dar pelo menos estas indicações ainda que algo precisas, às quais nos limitaremos para não nos levar a dissertações demasiado extensas. ''

René Guénon ' La Esvástica' em ' El simbolismo de la Cruz ', (cap. X)', Obelisco, Barcelona, 1987

terça-feira, 5 de junho de 2012

De Babel a Constantinopla

De Babel a Constantinopla


I

A História deste mundo:
Tantas mentiras e trapaças
No palco há marionetas
Nos bastidores muitos senhores
II

Babel é nome de torre
Muitas línguas e raças
No Egipto governam os faraós
Reis e deuses entre nós
III

Na Índia surgem os Vedas
Buda, brâmanes e guerreiros
Terra antiga de sábios e ascetas
Alguns deles entre os primeiros
IV

A China tem Lao-Tzu
Confúcio e Sun-Tzu
No Império do Meio há artes marciais
Cidade Proibida, sei lá que mais
V

Os Persas de Xerxes nas Termópilas 
Lutam contra os bravos Espartanos
Leónidas à frente, são só trezentos
Efialtes traidor, já antes de Alexandre tanta dor

VI

Pela Europa espalhadas
As tribos Celtas guerreiam
Vercingétorix valoroso em Alésia
Mesmo derrotadas, ainda hoje lembradas
VII

Em Belém nasce um menino
Que é rei e sacerdote
Leão de Judá,da linhagem de David
Morre no Gólgota, o mundo não acaba aqui
VIII

Tudo se perde na voragem
E os Césares de Roma?
Imperadores de outrora
Cai o pano, chega a hora...
IX

Na Europa a Era Feudal se anuncia
Clero, nobreza e povo à luz do dia
Carlos Magno, Sarracenos, Vikings e conventos
A Ocidente sopram agora outros ventos
X

No Japão do sol nascente
Há Imperadores e Samurais
Xóguns, o Zen, a cerimónia do chá
Além de Mishima e as artes florais
XI

Das Américas nos lembramos
Dos feitos dos Maias e Toltecas, Incas e Aztecas
Colombo, Magalhães, Cabral, Tenochtitlan e Machu Picchu
E as belas pirâmides, Cuzco, Popol Vuh e Tupac Amaru

XII

A Idade Média mais viver não pode
Constantinopla, diz-me quem te acode
Temem os Cristãos, Otomanos às portas
Agora é Mehmet II quem dita as leis

N. Afonso, 02.06.2012



sábado, 2 de junho de 2012

Ressurgir

Ressurgir

Essa espada de Dâmocles
Que pendia sobre a tua cabeça
E ameaçava o teu futuro
Ditava antes a tua sorte

Cortas os laços que te prendem
Às amarras do passado
Desfazes o nó atado
Em redor do teu coração

Ouves vozes que te aclamam
Quando brilhas na ribalta
As mesmas que te esquecem
No momento em que tudo falta

Mas agora que te ergues
Sozinho, sem escadas
Já nada te perturba
Ainda que te amaldiçoem

Mil vozes na noite
Perdem-se entre os destroços
Não fazem efeito
A vida é nada.

N. Afonso, 10.05.2012